Lição 6 - A condição dos gentios sem Deus (2 Tri. 2020)
(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho



TEXTO ÁUREO

 “Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens” (Ef 2.11).

 

VERDADE PRÁTICA
 Outrora sem Deus, por meio de Cristo, os gentios tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 17.10,11
A circuncisão tornou-se um sinal de distinção entre judeus e gentios
Terça — Êx 19.5,6
O sentido da circuncisão apontava para a santificação
Quarta — Gl 6.15
O sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão 
Quinta — Gl 3.29
Em Cristo, os gentios tornaram-se descendência de Abraão
Sexta — 1Cr 29.15
Quando não se havia esperança 
Sábado — Jo 17.3-7
Deus altera a situação dos gentios segundo seus desígnios eternos
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.11,12; Romanos 4.12-14.
Efésios 2
11 — Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 — que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Romanos 4
12 — E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
13 — Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.
14 — Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.
 
HINOS SUGERIDOS
116, 169 e 171 da Harpa Cristã.
 
OBJETIVO GERAL
Esclarecer de que modo os gentios estiveram privados da promessa messiânica.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
 
I. Conceituar espiritualmente a circuncisão e a incircuncisão;
II. Explicitar a antiga condição dos gentios sem Deus e sem Cristo;
III. Afirmar que desprovidos de Deus os gentios marchavam para a perdição eterna.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Os gentios não tinham parte com a promessa de Abraão e, por isso, não eram herdeiros das promessas. Nesse sentido, a Epístola aos Efésios mostra a condição da posição gentílica: incircuncisos, sem Cristo, separados de Israel e longe da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Nesta lição, temos a oportunidade de constatar a real situação do ser humano sem Deus e o quanto ele carece da graça e da misericórdia divina.
 
ESBOÇO
 
INTRODUÇÃO
Na presente lição, veremos que o autor de Efésios lembra aos gentios de que, antes da regeneração, eles eram incircuncisos e haviam experimentado cinco formas de privação: estavam sem Cristo, separados de Israel, alienados quanto à promessa, sem esperança e sem Deus no mundo (2.11,12). Logo, estudaremos cada um desses aspectos.
 
PONTO CENTRAL
Os gentios tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas.
 
I. CHAMADOS INCIRCUNCISÃO
Na era antes de Cristo, além de mortos espiritualmente, os gentios eram desprezados pelos judeus e identificados como incircuncisos (2.11).
1. O conceito de circuncisão. 
2. O significado religioso da circuncisão. 
3. A circuncisão do coração. 
4. A circuncisão na Nova Aliança. 
 
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os gentios não faziam parte do pacto da circuncisão e, por isso, estavam excluídos da aliança com Deus.
  
SUBSÍDIO DIDÁTICO—PEDAGÓGICO
O primeiro tópico deve atingir o objetivo didático básico de deixar bem embasado dois conceitos que aparecem na Epístola: “Circuncisão” e “Incircuncisão”. A ideia aqui é explicar o conceito espiritual que tais termos apresentam na Epístola. Nesse sentido, ao explicá-lo, atente para o seguinte texto: “No verso 11, Paulo lembra aos seus leitores gentios a condição desvantajosa de seu estado anterior ao evangelho. Gênesis 1-2 revela a unidade fundamental da raça humana em seu início. Após a queda (Gn 3) e o grande dilúvio (Gn 6-8), ocorreu a desintegração e a humanidade foi dividida em diferentes nações, Deus escolheu Abraão e seus descendentes judeus para serem o povo do pacto divino (Gn 12-50). A circuncisão dos homens judeus tornou-se m sinal exterior para lembrá-los de sua identidade e das responsabilidades que tinham neste pacto” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. RJ: CPAD, 2017, p.414).
 
CONHEÇA MAIS
 A respeito da circuncisão no AT e NT
“O Antigo Testamento enfatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no sentido carnal. O Novo Testamento valoriza somente o sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo, relacionando-a com a crucificação e a ressurreição de Cristo”. Para saber mais: Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.423.
 

 
II. ESTRANHOS AO CONCERTO DA PROMESSA
 
Nessa parte, o apóstolo Paulo aponta a situação dos gentios: “Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa” (2.12).
1. Uma vida sem Cristo. 
2. Separados da comunidade de Israel. 
3. Alienados aos pactos das promessas. 
 
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A antiga condição dos gentios era desoladora: viviam sem Cristo, estavam separados de Israel e eram estranhos ao concerto da promessa.
 
SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
“Falando mais especificamente sobre a alienação dos gentios, o apóstolo enumera as tragédias espirituais envolvidas neste estado. Primeiramente, estes efésios estavam sem Cristo (12; ‘separados de Cristo’, NTLH). Antes de ouvirem e responderem à palavra da graça, eles não tinham ‘parte ou parcela no povo messiânico’, fato que significava que eles não possuíam a esperança do Messias ou qualquer benefício que viesse junto com isto. Sua história era sem Cristo. Não há tragédia maior para o ser humano. Em segundo lugar, eles estavam separados da comunidade de Israel (12). A alienação é expressa aqui por apallotrousthai, que significa essencialmente ‘excluído da’ (BJ) e não mero afastamento temporário de uma agregação anterior. Comunidade (politeia) tem dois sentidos: 1) estado ou nação; e, 2) ‘cidadania’, ou direitos de cidadão. O primeiro significado está de acordo com a exclusividade nacional dos judeus. Os gentios estavam fora da comunidade do povo de Deus, com exceção de alguns prosélitos” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Gálatas a Filemom. RJ: CPAD, 2006, p.139).
  
III. SEM ESPERANÇA E SEM DEUS
Agora Paulo passa a descrever a situação dos gentios que viviam “não tendo esperança e sem Deus no mundo” (2.12).
1. Desprovidos de esperança. 
2. Sem Deus no mundo. 
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A antiga condição dos gentios era lamentável, desprovidos de esperança e sem Deus na vida caminhavam a passos largos para a perdição e ao inferno. 
 
SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
“A quarta tragédia espiritual, em consequência da anterior, é que estes efésios não possuíam esperança e estavam sem Deus (12). A ruína moral e espiritual de tais gentios era completa. Eles não tinham esperança do ‘triunfo final da justiça e amor divino; para eles, as questões finais da história do mundo eram sombrias, preocupantes e incertas. A época de ouro deles estava no passado e irremediavelmente perdida, ao passo que a época de ouro do povo judeu estava no futuro’. Alguém observou que precisamos de uma esperança infinita, que só a fé em Deus pode dar. Westcott repara no patético da estranha combinação sem Deus (atheoi, ‘ateus’) e sem esperança. Eles enfrentavam a natureza e a vida sem esperança, porque não tinham relação com o Intérprete da natureza e da vida. Wescott afirma que ‘os gentios tinham ‘muitos deuses’ e ‘muitos senhores’, e um Deus como ‘causa primeira’ nas teorias filosóficas, mas nenhum Deus que amasse os homens e a quem os homens pudessem amar” (HOWARD, R. E.; TAYLOR, Willard H.; KNIGHT, John A. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Gálatas a Filemom. RJ: CPAD, 2006, p.139).
  
CONCLUSÃO
Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus. Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus. Um dia, porém, a magnitude do amor divino circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!
 
PARA REFLETIR
A respeito de “A Condição dos Gentios sem Deus”, responda:
O que é circuncisão?
Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino.
Qual o significado religioso da circuncisão?
Seu significado religioso apontava para a santificação (Êx 19.5,6).
Na lição, qual a constatação em relação à religiosidade dos gentios?
A religiosidade dos gentios era incapaz de inseri-los na promessa messiânica de salvação (Jo 4.22).
Cite os três pactos que giram em torno da promessa do advento do Messias.
O “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3); o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14); o “pacto davídico” (2Sm 7.13-16).
Qual o significado da palavra esperança e a relação de seu principal uso?
A palavra esperança significa “confiança” e, nas Escrituras, o seu principal uso está ligado à confiança nas promessas divinas (Sl 130.5; Jr 17.7).
 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 
A CONDIÇÃO DOS GENTIOS SEM DEUS
Até a graça de Deus se manifestar aos gentios, eles estavam completamente alienados dos grandes pactos divinos: o “pacto abraâmico” (Gn 12.1-3); o “pacto mosaico” (Dt 28.1-14); e o “pacto davídico” (2Sm 7.13-16). Esses pactos traziam a promessa messiânica e os gentios encontravam-se completamente alheios às promessas e separados da comunidade de Israel. Nesse sentido, a presente lição busca esclarecer de que modo os gentios estiveram privados dessa promessa. Em primeiro lugar, para explicar essa condição, explique o conceito espiritual de circuncisão e incircuncisão. Esses dois conceitos são importantíssimos, pois espiritualmente eles constituem a separação entre judeus e gentios. Em segundo lugar, explicite a antiga condição dos gentios sem Deus e sem Cristo. E, finalmente, no terceiro tópico, afirme que, desprovidos de Deus, os gentios marchavam para a perdição eterna.
 
Resumo da lição
O que desfez a situação caótica dos gentios é que em Cristo, pela graça de Deus mediante a fé, eles tornaram-se descendência de Abraão e herdeiros das promessas. Mas até chegar a esse estágio, as Escrituras mostram a condição em que os gentios se encontravam.
Assim, o primeiro tópico da lição conceitua “circuncisão” e “incircuncisão”, mostrando que espiritualmente os gentios eram incircuncisos e, por isso, eles não faziam parte do pacto da circuncisão e, consequentemente, estavam excluídos da aliança com Deus.
O segundo tópico mostra o quanto os gentios estavam estranhos ao Concerto da Promessa. A antiga condição dos gentios era desoladora: viviam sem Cristo e estavam separados de Israel. O que significava que os gentios estavam sem Cristo e não possuíam esperança alguma. Era uma tragédia existencial.
O terceiro tópico aprofunda a desesperança gentílica e sua alienação de Deus. Viver sem esperança revela uma destruição moral e espiritual. Os gentios eram “engolidos” por uma perspectiva sombria, preocupante e incerta do mundo antigo; diferentemente da esperança de um triunfo de justiça e de amor revelada no Evangelho.
 
Aplicação
Para concluir a lição, você pode refletir com a classe acerca do que significa viver uma vida sem esperança e sem Deus. que sentido ela teria sem esses sustentáculos existenciais? Faça essa reflexão a partir do texto bíblico de 1 Coríntios 15.12-19.
 



Lições do 2º trimestre de 2020 – Douglas Baptista Por: Douglas Baptista
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Douglas Baptista

Douglas Baptista

Douglas Baptista, líder da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, e licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; e segundo-vice-presidente da Convenção dos Ministros Evangélicos das ADs de Brasília e Goiás, além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas.