Lição 11 - A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina? (4 Tri. 2020)
(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho


TEXTO ÁUREO 
“Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos.” (Jó 36.15) 

VERDADE PRÁTICA 
O sofrimento não deve ser visto apenas sob o aspecto punitivo, mas principalmente, educativo. 

LEITURA DIÁRIA 

Segunda - Jó 32.21 
É possível tratar o homem com imparcialidade? 

Terça - Jó 33.4 
O Espírito de Deus é criador 

Quarta - Jó 34.3 
O cultivo da plena atenção 

Quinta - Jó 35.5 
O que revela o esplendor do céu? 

Sexta - Jó 36.5 
Deus é grande e não despreza ninguém 

Sábado - Jó 36.26 
O limite do ser humano para compreender Deus 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 
Jó 32.1-4; 33.1-4; 34.1-6; 36.1-5 

Jó 32 
1 - Então, aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos. 
2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus. 
3 - Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó. 
4 - Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele. 
  
Jó 33 
1 - Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões e dá ouvidos a todas as minhas palavras. 
2 - Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar. 
3 - As minhas razões sairão da sinceridade do meu coração; e a pura ciência, dos meus lábios. 
4 - O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida. 
  
Jó 34 
1 - Respondeu mais Eliú e disse: 
2 - Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim. 
3 - Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida. 
4 - O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom. 
5 - Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. 
6 - Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão. 
  
Jó 36.1-5 
1 - Prosseguiu ainda Eliú e disse: 
2 - Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus. 
3- Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça. 
4 - Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião 
5 - Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração. 
  
HINOS SUGERIDOS: 363, 380, 434 da Harpa Cristã 
  
OBJETIVO GERAL 
Mostrar que o sofrimento pode ser usado por Deus com fim pedagógico. 
  
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. 

EXPLICITAR que Deus, como soberano, pode se revelar e falar por meio do sofrimento; 
DESTACAR que a soberania de Deus não se sobrepõe ao seu amor; 
AFIRMAR que Deus não tem prazer no sofrimento, mas pode usar as adversidades para nos educar. 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR 
O sofrimento na vida do cristão deve ser um meio pedagógico. Ele serve para esmagar a soberba humana, polir o caráter do crente, prover crescimento e desenvolvimento ao cristão. Este o não é o mesmo depois que passa pela "escola do sofrimento". Não por acaso o apóstolo Paulo pôde dizer: "Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fp 4.12,13). Esse é o caminho que o Senhor nosso Deus quer que atinjamos: ser experimentados, amadurecidos e crescidos. Que ouçamos a voz de Deus no sofrimento! Então, poderemos dizer com convicção: "Posso tudo naquEle que me fortalece". 
  
INTRODUÇÃO 
Veremos a teologia de Eliú exposta em quatro grandes discursos teológicos (Jó 32 – 37). Esses discursos se contrapõem ao que Jó e seus amigos proferiram. Para Eliú, os amigos de Jó falharam na exposição de suas ideias ao patriarca. Este, por outro lado, se equivocar ao apresentar o seu conceito de Deus para fundamentar sua defesa. Assim, mostraremos que Eliú revela um Deus soberano que age segundo o seu conselho e não está obrigado a dar respostas ao homem, além de não haver qualquer injustiça em suas ações, pois, segundo o jovem amigo de Jó, o sofrimento é uma ação pedagógica de Deus para corrigir o homem. 
  
PONTO CENTRAL 
O sofrimento deve ser visto sob o aspecto pedagógico. 
  
I – O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS 
  
1. Deus é soberano (33.14,15). 

2. O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus. 
  
3. O mistério da redenção. 

  
SÍNTESE DO TÓPICO I 
Para Eliú, o sofrimento revela um Deus soberano que ataca a soberba do ser humano. 
  
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO 
Inicie a aula de hoje fazendo uma reflexão sobre a soberania de Deus e o orgulho humano. Uma das questões mais difíceis para o ser humano é aceitar algo que saia do seu domínio. Muito sofrimento hoje tem como causa a não aceitação de determinada realidade. Diante dela, o desespero passa a dominar, o medo passa a ser constante, o grau de ansiedade e estresse aumenta. Entretanto, quando olhamos para a Bíblia percebemos que homens e mulheres puderam reconhecer a voz de Deus de dentro do sofrimento. É por isso que estamos estudando o Livro de Jó, pois esse patriarca experimentou a Deus na “escola do sofrimento”. Deixe claro para a classe que quando isso acontece, crescemos em maturidade e espiritualidade. Portanto, estimule os alunos a perguntarem o que Deus quer falar conosco na “escola do sofrimento”. 
  
II – O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS 
  
1. A justiça de Deus demonstrada. 
  
2. O caráter justo de Deus. 
Para não haver dúvida, Eliú passa a descrever o caráter justo de Deus: 

(1) Ele age com justiça quando retribui ao homem o que ele merece (Jó 34.11); 
(2) Deus não precisa prestar contas de seus atos a ninguém, visto que não recebeu autoridade de nenhum outro ser criado (Jó 34.13); 
(3) como o provedor da vida humana, Ele tem todo o poder de manter ou não a humanidade (Jó 34.14,15); 
(4) o Todo-Poderoso não faz acepção de pessoas, quer sejam reis, nobres ou pobres (Jó 34.16-20); 
(5) Deus é onisciente e como tal conhece os passos e as intenções de todos os homens sem precisar inquiri-los em juízo (Jó 34.21-25); 
(6) Ele é justo para punir os maus (Jó 34.25-30). 
  
3. A defesa da soberania de Deus. 


SÍNTESE DO TÓPICO II 
Para Eliú, o sofrimento revela o caráter justo e soberano de Deus. 
  
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO 
“A teologia da prova. Adiantando-se em seu discurso, exclama Eliú: ‘Pai meu! Provado seja Jó até ao fim’ (Jó 34.36a). Recorramos ao hebraico: Avi ybahen Yôb ad-netsah. O vocábulo ybahen comporta os seguintes sinônimos: provar, refinar como ouro, fundir como metal. Por conseguinte, deveria Jó, como o mais precioso dos metais, ser intensamente provado até que todas as impurezas e imperfeições lhe fossem tiradas. Observe que Eliú roga a Deus seja o patriarca provado até o fim. Se Jó tem de ser acrisolado, que lhe seja completo o crisol; até ao fim: ad-netsah. A provação haveria de perdurar enquanto fosse necessária. Não fora Jó suficientemente provado? Entretanto, teria ele de suportar toda a ardência daquele cadinho até que viesse a entender a soberania de Deus. Doutra forma, jamais chegaria à estatura de perfeito varão (Jó 34.36b)” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.168). 
  
III – O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS
  
1. O caráter pedagógico do sofrimento (36.7-15). 
  
2. Adorando a Deus na tormenta. 

  
SÍNTESE DO TÓPICO III 
Segundo Eliú, o sofrimento é um instrumento pedagógico para o cristão. 
  
SUBSÍDIO VIDA CRISTà
“Depois de meditar longamente sobre o propósito do sofrimento do justo, declara H. Dieterlen: ‘Tudo depende do modo por que se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que nos envia’. Afinal, como enfatiza o apóstolo, todas as coisas concorrem juntamente para o bem daqueles que, sinceramente, amam a Deus. 
  
A pedagogia da prova. 
O Senhor conduzia a Jó através das mais difíceis e inimagináveis provas, a fim de que ele viesse a tornar-se um instrumento ainda mais valioso e útil para o seu Reino. Quão maravilhosa é a pedagogia do sofrimento! Se incrédulos, ensina-nos a crer. Se intempestivos, disciplina-nos em um amor paciente e temperante. Se indiferentes, leva-nos a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram. Sim, Deus educava a Jó por intermédio do sofrimento. E o mesmo está Ele fazendo com neste instante. Por isto, não se desespere! Este é o modo pelo qual o Senhor educa seus filhos” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.168). 
  
CONCLUSÃO 
Vimos nessa lição três aspectos da teologia de Eliú. Primeiramente, o jovem amigo defende o direito de Deus ficar em silêncio mesmo quando achamos que ele deve falar. Acredita que Jó não consegue escutar a Deus devido o seu orgulho. Entretanto, o equívoco de Eliú está no fato de associar o sofrimento de Jó ao pecado. Segundo, ele destaca que Deus tem todo o direito de ser soberano e como tal agir com justiça. Todavia, ele se equivoca em colocar essa soberania acima de seu amor, pois, primeiramente, Deus é amor. E, finalmente, Eliú vê no sofrimento um papel pedagógico 
  
VOCABULÁRIO 
Teofania: Aparição ou revelação da divindade; manifestação de Deus. 

PARA REFLETIR 
A respeito de “A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina?”, responda: 
  
• O que Eliú destaca em seu primeiro discurso? 
Nesse primeiro discurso, Eliú destaca a queixa de Jó porque Deus não lhe respondera. 
  
• Segundo Eliú, qual o problema em relação ao silêncio de Deus? 
De acordo com Eliú, o problema não é o silêncio do Altíssimo, mas o orgulho humano que não lhe permite escutá-lo. 
  
• Cite pelo menos duas características do caráter justo de Deus. 
1) Ele age com justiça quando retribui ao homem o que ele merece (Jó 34.11); (2) Deus não precisa prestar contas de seus atos a ninguém, visto que não recebeu autoridade de nenhum outro ser criado (Jó 34.13). 
  
• Quais são as duas coisas destacadas acerca de Eliú pelo comentarista? 
Primeiramente, ele, assim como seus amigos, erra por partir do princípio de que Jó havia cometido pecado. Em segundo lugar, Eliú exalta apenas a justiça de Deus e nada diz acerca de sua misericórdia. 
  
• Fale acerca do caráter pedagógico do sofrimento. 
O caráter pedagógico do sofrimento está na capacidade de nos fazer refletir e voltar para Deus. 

Por: José Gonçalves
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Aviso:
Todos os direitos reservados à Editora CPAD.
Não possuimos e não divulgamos qualquer exemplar da revista completa em PDF neste site.
A quem desejar adquirir a lição completa, encorajamos que adquira pelos canais de atendimento oficiais da Editora CPAD:

Site CPAD: https://bit.ly/3chys8F
Whatsapp: (21) 96471-4716
Ou pelo: 0800-021-7373 (ligação gratuita de 2ª a 6ª das 8 às 17h)


DOWNLOAD SLIDES
José Gonçalves

José Gonçalves

José Gonçalves. É pastor em Água Branca, Piauí, graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Ensinou grego, hebraico e teologia sistemática na Faculdade Evangélica do Piauí. É comentarista de Lições Bíblicas da Escola Dominical da CPAD e autor de diversos livros.